por Sherif Awad
-Brasileira, com nacionalidade portuguesa. Criada pela minha mãe e meu irmão mais velho. Meu pai me visitava. Na creche dava muita atenção ás histórias que ouvia nos livros e com minha imaginação me colocava no lugar da ação. Entretanto, a professora me pôs para ser a personagem Maria numa apresentação teatral. Fui para a escola regular, e nos primeiros anos escolares, participei de muitos desfiles e concursos de beleza da cidade, desfilei bastante, apesar de ter 1,63 de altura, ganhando a maior parte dos concursos. Também, participava de todas as apresentações artísticas da escola, danças folclóricas, peças teatrais, concursos, cursos, etc. Então fui estudar canto coral, num projeto (escola). Em seguida fui estudar “jazz” e balé, coral e teatro, em outro projeto gratuito ligados à AABB Comunidade, foram três anos de muita felicidade. Aos 18 anos temos de deixar a escola. É então que meu antigo professor de teatro me convida para entrar em um projeto profissional de teatro, onde teríamos de viajar a região do Nordeste brasileiro. Um projeto lindo, onde fiz sua filha a “princesa Áurea”, uma peça familiar, que passou por muitas escolas e teatros da região, esteve dois anos em cartaz. Encerrado a peça, fui estudar música erudita em uma cidade vizinha. Tratava-se de um coral, sou soprano. Tínhamos aula de história da música clássica, ensaios de naipes, e as apresentações realizavam-se mais em fim ano. Paralelo, conclui os estudos, e trabalhei em outras áreas. Porque até então, a arte era apenas algo que amava fazer, mais não a tinha compreendido como profissão. Fui fazer uma faculdade (de Administração de Empresas), ficou a faltar um mês para concluir. Vim para Portugal em 2012. Concorri a uma vaga de transferidos. Estava tudo pronto para concluir a faculdade de Administração, mais quando soube que havia o curso de teatro, transferi para o teatro, contrariando a todos. Conclui Teatro em 2016, pela escola de Artes e Design das Caldas da Rainha. Fui a dois castings em Lisboa, passei em um deles, estive no Projeto “Aiii Cigano” como Filipe Salgueiro. Fiz outros cursos na área, um intenso com o grupo improváveis, outro com a atriz Lídia Franco, por exemplo, entre outros cursos.
-Minhas inspirações do cinema são Julia Roberts, Jim Carrey, Will Smith, Eddie Murphy, Meryl Streep e Steve Martim. Do teatro e TV, o realizador/ator Miguel Falabella, o humorista Tom Cavalcante, Fábio Porchat, Chico Anísio, e a atriz Débora Seco. Os programas de TV que me inspiraram foram o Programa “Sai de Baixo”, “Escolinha do professor Raimundo” e os “Trapalhões”.
-O estudo é algo permanente na vida de um artista. Nesse momento estou a ter aulas de piano e infelizmente, talvez tenha de encerrar minhas aulas, já não sei se consigo pagar a mensalidade. Se pudesse, teria aula de sapateado, equitação, patinação no gelo, ópera, etc. Porque tudo influi na profissão. Nunca estamos prontos, haverá sempre o que aprender. Até o cuidado com o corpo (nisso tenho pecado) e a leitura também são essenciais. O ator que acredita já saber tudo, não pode ser considerado ator, pois o ponto de interrogação é o que nos traz o gás, a investigação, aprender com os erros, faz parte da vida de qualquer artista.
-Todo artista deseja novas oportunidades, e mais que isso, deseja projetos desafiantes. Que nos traga uma evolução, do ponto de vista criativo e artístico. Portanto, quanto mais diferente for e desafiante, melhor será. Se obtivermos bons resultados, e nos superarmos, trará experiência e crescimento profissional. Acredito que o estrelato ou fama é consequência. É fruto de um trabalho realizado com empenho.
-Creio que haja sempre uma barreira para o gênero feminino em todas as profissões. Mais não tenho sentido diretamente, tenho sentido que, de modo geral, a profissão artística não tem muito espaço, tem de se correr atrás de alguma oportunidade, se queremos encarar a arte como profissão.
-Procuro perceber antes, se o Projeto se encaixa nas minhas expectativas, e se eu poderei igualmente, corresponder as expectativas do Projeto. Das poucas oportunidades que tive, não há queixas. Aceitando fazer parte de um projeto, o objetivo é dar o meu melhor, para contribuir como o sucesso/resultado final do mesmo. Quando amamos o que fazemos não é difícil “dar o sangue.” Não nossa área, não podemos desperdiçar boas oportunidades. E quando damos tudo, gozaremos dos bons resultados.
-Quanto aos projetos atuais, estou no Projeto “Algodão Doce”. Pretendo juntar algum dinheiro para ir ao Rio de Janeiro tratar da DRT, com esse documento posso fazer castings para novelas. Pretendo continuar na área do teatro. Mais tenho um sonho de participar em uma novela da TV globo, e fazer parte de filmes portugueses e/ou brasileiros, ou em outros países. O cinema é uma arte encantadora. Tenho a pretensão de num futuramente distante, continuar os estudos e fazer algum mestrado/curso na área do cinema ou teatro musical.