por Sherif Awad
Acabei fazendo faculdade de Licenciatura em Ciência na UEM, mas não concluí, vim para Curitiba com minha mãe e fui fazer Artes Cênicas na FAP e não me arrependo nenhum dia de ter feito esta escolha, atuar é quase minha razão de existir nesse mundo
-Cresci assistindo a TV aberta então via muita novela e filmes, Paulo Autran, Glória pires, Fernanda Montenegro eu lembro que assisti a casa dos espíritos com Meryl Streep e ficar embasbacada com a capacidade daquela mulher de interpretar um personagem
-Eu não sei como é se tornar um artista porque penso que estou ainda em construção disso, nunca se sabe o suficiente e nunca se está pronto. Ler e assistir tudo sobre artes ( teatro dança, cinema, circo etc) estar atento a vida de modo geral penso que o melhor jeito de se aprender e viver a vida de olhos bem abertos atenta a tudo
-Eu nunca estou satisfeita com meus feitos …. sempre quero chegar a outro lugar, apresentar em outra língua, em outro país, fazer personagens e trabalhar com linguagens que nunca trabalhei, desafios são estimulantes ainda que alguns assustem
-Ser mulher neste mundo já é enfrentar um desafio, sempre é necessário se justificar mais, fazer mais que um homem precisa fazer para ter espaço e reconhecimento. Eu tento a todo custo mudar meu foco, pra não acabar caindo na armadilha de querer provar algo a alguém e esquecer de fazer algo por sí. Mas já vivi situações em que falas da personagem que interpretava foram colocadas para personagens masculinos, ou mesmo de o personagem feminino ser substituído por um masculino.
-A cultura no Brasil é subestimada, ainda mais agora em tempos de polarização, ouvir pessoas dizerem que artista é vagabundo que é sustentado pelo governo é cansativo e ridículo, a indústria do entretenimento gera mais lucro que a automobilística. Pense como seria um mundo sem artes, sem filme, sem programação de tv, sem música, sem artes plásticas se as pessoa vivessem um dia sem nada disso teriam a noção do tamanho que é essa indústria. No país infelizmente tem acontecido um desmonte da cultura e um descrédito dos artistas
-Eu sempre avalio se aquele trabalho me traz alguma satisfação pessoal, algum crescimento profissional se estou recebendo dignamente por aquele serviço, nem sempre a realidade é das melhores o que tento fazer é achar uma maneira de aquele trabalho ser benéfico pra mim, seja em retorno de mídia, financeiro. Mas já recusei trabalhos que estavam em desacordo com o que acredito e quero fazer da minha profissão
-Tenho um espetáculo para apresentar “Yo Vi el fin del mundo y me gustó” da cia Selvática aqui de Curitiba e estou buscando maneiras de viabilizar meu monólogo “Ísis” com texto de Daniel Rodriguez e inspirado na vida da minha avó e na nossa relação que sempre foi muito forte.