por Sherif Awad
Primeiramente eu gostaria de agradecer o convite que me fez por poder contar um pouco a minha história. Meu nome é Gabi Lemos, tenho 25 anos, sou atriz, bailarina, roteirista e modelo. Moro com meus pais e tenho um irmão mais novo de 23 anos. Eu sinto que desde pequena a arte sempre se aproximou de mim, sendo por fotos registradas que meus pais tiravam de mim de todas as formas possíveis, ou pelo fato da minha mãe sempre me incentivar a ler muitos livros e por conta disso, aos 6 anos, na minha formatura de alfabetização do colégio, eu fiz a minha primeira peça interpretando Maria, mãe de Jesus, e também fui oradora de turma. Aos 4 anos minha vó resolveu me colocar no balé, depois de uma fratura que sofri no cotovelo direito, e o que era para ser um simples acidente, se tornou a minha primeira profissão, aos 15 anos eu já dava aula de balé clássico e hoje danço mais de 10 modalidades de dança. Eu penso que eu sempre soube dentro de mim que seria atriz, mas só fui começar a carreira aos 17 anos e depois aos 23 comecei a escrever roteiros com toda bagagem que eu tive dos livros que eu sempre li. Como dizem por aí, a arte escolhe as pessoas, e sou muito grata por ela ter me escolhido.
-Na minha infância o que me movia eram os filmes da Disney hahahahah, não posso negar. Eu assistia em “looping” os filmes e de tanto assistir eu decorava a fala dos personagens e quando assistia de novo eu falava a fala de todos eles antes deles mesmos falarem. Mas, depois que eu cresci, e comecei a levar mais a sério o peso da profissão de atriz, comecei a observar os atores renomados brasileiros como Fernanda Montenegro, Lilian Cabral, Glória Pires, Tony Ramos, Antônio Fagundes, Tarcísio Meira, que apesar da diferença de idade do meu perfil, dão aula sobre atuação. Porém, como eu busco uma carreira internacional, eu acabo estudando muitos atores de fora do país, que aí sim tem um perfil de idade mais próximo ao meu, exceto Meryl Streep e Al Pacino, que serão sempre minhas referências, mas nomes como Saiorse Ronan, Zendaya, Timothée Chalamet, Tom Holland e por aí vai… aí meu Deus eu poderia falar tantos outros nomes aqui.
-Necessário! Crescimento como ator e como ser humano são sinônimos. Como diz Stella Adler, “Você tem que ter um talento para o seu talento”. A profissão que eu escolhi requer estudo interminável… isso significa que você tem que ler, você tem que observar, você tem que observar, você tem que observar, você tem que observar, (sim, falei várias vezes a mesma coisa), você tem que pensar, de modo que quando você vira sua imaginação, eu tenho o combustível para fazer o meu trabalho. Quando me tornei atriz também me tornei uma pessoa melhor. Atuar pode ser a profissão mais saudável do mundo, porque permite que você faça coisas que você não pode fazer na vida real. Ela permite que você entenda mais que apenas o que a vida lhe fornece.
-Como eu disse na pergunta anterior, ser atriz hoje é totalmente satisfatório porque eu me tornei uma mulher melhor, mas sim, eu tenho estudado e me aperfeiçoado buscando esse estrelato mundial um dia. Comecei até estudar outras línguas, fundamental né? Eu gosto de sonhar alto, porque se meus sonhos não me assustarem é porque eles são pequenos demais pra mim. Mas deixando claro, o que eu almejo é sucesso, fama é só uma consequência do meu trabalho.
-Graças a Deus eu sinto que as mulheres estão ganhando um espaço no mercado que alguns anos atrás a gente não via. E posso dizer que sinto mais isso vindo do meu lado roteirista, porque víamos sempre mulheres atuando, mas raramente vimos mulheres escrevendo, dirigindo, produzindo. A única coisa que ainda me incomoda um pouco em ser mulher no meio dessa profissão, é que nossos corpos ainda são muito julgados/utilizados, se eu posso dizer assim, exemplo: um homem que faz uma cena de sexo no audiovisual não levanta questionamentos como uma mulher na mesma cena. E são só corpos!
-Eu sempre vi um potencial absurdo no Brasil de criação, mas por questões culturais do país, a arte não chega a ser um ponto principal. Com a pandemia tudo piorou. As pessoas em suas outras profissões ainda podiam trabalhar em home office, mas a arte parou e tudo que o ator podia fazer era estudar. Eu, por exemplo, sinto que cresci demais durante a pandemia estudando com o Denan Pettmant, que é quem me prepara para o mercado de trabalho. Mas acredito que as pessoas que trabalham com arte e entretenimento, por amarem tanto o que fazem, sempre dão um jeito de se reinventar. Na verdade, é o jeitinho brasileiro de ser. O caso é que agora o “streaming” tem sido muito mais forte, não só no Brasil, mas no mundo, e a quantidade de “players” que existem acabam abrindo muitas portas, do que só as novelas antigamente. O único fator ruim disso tudo é que os atores que estão começando a se inserir no mercado, ainda precisam lutar contra um mercado com pouca rotatividade. Mas as coisas estão voltando e eu tô super, animada para os próximos anos e se Deus quiser, sem pandemia.
-A maioria das vezes que tive que dançar eu seguia coreografia de outros professores que me passavam o que era pra ser feito. Mas claro, quando eu mesma preciso criar, assim como já dancei solos contemporâneos em festivais, coreografadas por mim, eu costumo deixar a música me conduzir. É simples, ligo o som, coloco a câmera gravando, fecho os olhos, e deixo meu corpo expressar o que está sentindo. Depois sento, analiso o que foi interessante e vou unindo partes até virar aquilo que eu quero que o público sinta ao me assistir dançando. O corpo também fala!
-Cantar, Isso é algo tão novo para mim. Vou ter que falar pouco. Eu pensava que por ser roteirista eu saberia compor música super fácil, só que não, e aí acabei me interessando mais em roteirizar os clipes. Eu ainda tô num processo de entender mais da carreira musical, preparando minha voz, entendendo como funciona o mercado e quando eu me senti “segura” (porque acredito que cantar é como atuar, sempre podemos melhorar) quero poder me aventurar por aí soltando a voz.
-Recebo todos com o mesmo carinho e dedicação, independentemente do tamanho, do cachê, com quem estou trabalhando. Trabalhos são oportunidades de mostrar pro mundo o que eu mais amo fazer, então não tem porque eu não dar 200% de mim. E no final o que eu busco é crescer: Essa é a necessidade mais profunda e mais verdadeira quando você diz: ‘Eu quero ser um ator.
-Eu tenho me preparado para o meu primeiro grande trabalho no mercado de streaming, mas infelizmente ainda não posso falar sobre. Mas , atualmente estou preparando alguns projetos independentes que eu mesma escrevi. No caso além de roteirizar também quero atuar em alguns deles. Acabei de participar do maior festival de webséries do mundo, e toda vez que eu piso nesse festival eu saio com um gás em mim de crença, confiança e vontade. Então em 2022 espero ter muitos roteiros meus sendo produzidos por aí.